Descubra os Segredos dos Cosméticos Bio, Orgânicos, Naturais, Vegan e Cruelty Free

No mundo da cosmética nem tudo o que parece é e, muitas vezes as marcas usam alegações como parte da sua estratégia de marketing para posicionarem a marca ou, incrementarem as vendas.

Na busca por produtos de beleza mais conscientes, éticos e seguros por parte dos consumidores, surgem várias opções que podem parecer semelhantes à primeira vista, mas, podem apresentar diferenças.

Neste artigo, passaremos a clarificar alguns conceitos e nuances entre os vários tipos de cosméticos disponíveis, desmistificando ideias erradas e ajudando-o a fazer uma escolha consciente e informada.

 

  • Cosméticos Bio ou Orgânicos

Na Europa chamam-se Bio e nos EUA orgânicos os cosméticos produzidos com ingredientes naturais, cultivados segundo as normas da agricultura biológica, sem pesticidas sintéticos e sem fertilizantes químicos.  Não contêm OMG e costumam ainda ser produzidos de forma respeitosa com o meio ambiente e priorizando o uso de embalagens recicláveis.

 

  • Cosméticos Naturais ou “clean”

Não existe qualquer significado legal para cosmético natural ou “clean” porque não há definição ou regulamentação para os termos, ou seja, pode querer dizer qualquer coisa (nascem das árvores?) já que não existe regulamentação.

Confirme sempre os rótulos para saber de que tipo de produto se trata.

O movimento “clean beauty”, é mais uma alegação das marcas para venderem os seus produtos (que dizem ser mais seguros e menos tóxicos), usando os receios dos consumidores em relação à sua saúde e segurança.

Note que todos os ingredientes considerados nocivos ou tóxicos são proibidos em qualquer tipo de cosméticos, havendo uma lista oficial com os que podem ser utilizados (e respetivas concentrações).

 

  • Cosméticos Vegan

São aqueles que não apresentam na sua composição ingredientes de origem animal como ceras (de abelha), lanolina (obtida da lã das ovelhas), colagénio, queratina e corantes obtidos de fontes animais (cochonilha carmim). Estes ingredientes são naturais (provêm da natureza) mas são vedados neste tipo de cosméticos, alinhados com o modo de vida e a moral dos veganos.

Podem conter ingredientes de origem sintética.

 

  • Cosméticos Cruelty -Free

São na realidade TODOS os cosméticos comercializados legalmente na União Europeia, o que inclui os anteriores.

 

De facto, esta trata-se de uma alegação “enganosa”, já que na Europa é proibido realizar testes de cosméticos em animais desde 2004 e desde 2013 é proibido comercializar os que tiverem sido testados em animais dentro ou fora da UE (por exemplo na China ainda é permitido) ou que utilizem ingredientes que tenham sido testados em animais dentro ou fora da UE.

A proibição visa incentivar práticas mais éticas na indústria cosmética e garantir que os produtos disponíveis no mercado europeu atendam a padrões de segurança sem prejudicar ou magoar os animais.

Os produtos têm de obedecer ao Regulamento (CE) nº 1223/2009.

O selo Laeping Bunny é assim muito fofo mas desnecessário, apenas contribuindo para “confundir” o consumidor e levá-lo a escolher as marcas que o utilizam.

 

Conclusão:


Quando escolhe cosméticos bio, orgânicos, vegan ou cruelty -free, está a fazer uma afirmação a favor da sua saúde, do meio ambiente ou dos direitos dos animais. No entanto, não se esqueça de ler os rótulos, verificar se têm certificações reconhecidas e entender a regulamentação em vigor no seu país ou zona geográfica. Com o conhecimento adequado que esperamos ter ajudado a obter, pode fazer escolhas conscientes, de acordo com os seus valores e que contribuam para um mundo mais sustentável e compassivo.

Não se deixe influenciar por ideias como “o natural é melhor” (muitas vezes não, uma vez que é mais difícil garantir a não existência de contaminantes e composições sempre iguais) e de que “as receitas de cosméticos caseiros são melhores” (podem ser inúteis e até potencialmente perigosos).

A indústria da cosmética é altamente regulamentada e os produtos são seguros: utilize sem medo, escolha em consciência e use o que for melhor para si.

A questão da sustentabilidade também pode ser discutível porque pode ser melhor para o planeta usar a vaselina, um dos subprodutos do petróleo ao invés de um óleo proveniente de uma planta cultivada intensivamente com gastos de água tremendos e que pode ter levado à desflorestação de uma área para o plantio.

 

E não se esqueça: o nosso corpo, embora natural, é composto por água, químicos e reações químicas e o mesmo se passa com as plantas. Toda a matéria é composta por átomos, moléculas, iões, independentemente de ser um composto natural ou químico.

 

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